Ser inútil, que necessita se sentir belo para achar que é alguém; o ser humano cuida dos cabelos, do corpo, na tentativa de preencher um espaço branco em sua vida. O que se possui, ou simplesmente o que ele é não é suficiente para que se sinta completo. A maioria se dispõe a buscar ajuda divina no intuito de encontrar consolo para suas almas, mas muitos se desesperam caindo em ruínas. Esta é a observação que Adélia Prado faz em sua palestra sobre “Arte e Humanização”. Adélia acredita ser a arte a resposta para tudo que procuramos encontrar para saciar essa sede que temos em nosso íntimo e que nada, nem mesmo ajuda divina na maioria das vezes não é capaz de resolver - “A resposta religiosa ajuda, mas a resposta da arte nos inunda fortemente” diz Adélia. Diante deste critério, Adélia defende a ideia de que a arte é uma maneira de desabafarmos; que diante da arte ficamos sem ação. Como forma de expressão, a arte nos permite externar que a maldade e a bondade são partes importantes e que estão em nós, no nosso interior. A arte nos permite valorizar o simples e abandonado tornando-o visível e exuberante; um exemplo disso é uma árvore seca no meio de um pasto de nada mais serve senão para ser cortada e transformada em lenha ou carvão. A arte vem, e encontra nessa árvore uma beleza que a faz virar um artigo de decoração; seja em forma de fotografia, pintura, ou mesmo depois de passar pelas mãos habilidosas de um carpinteiro essa árvore vira um lindo móvel útil e belo na varanda de uma casa qualquer. A arte nos leva a entender a água não apenas como uma composição química H2O, mas como algo essencial para a vida em geral. Não só porque precisamos beber água, cozinhar ou tomar banho, mas porque a singeleza da água em forma de poesia encanta; no banho lavar o suor não é tudo o que a água faz; a água que percorre o nosso corpo serve de inspiração para todos nós seja de maneira física – nos convidando a pensar em sexo- ou de maneira filosófica, que nos leva a meditar na arte de escrever. Seguindo o raciocínio de Adélia, diria que a arte assim como a água se faz muito necessária nossas vidas.
Produzido a partir da palestra “Arte e Humanização” de Adélia Prado.Por Flávia Aparecida Andrade
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